sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Nostalgia Sangrenta

Boa tarde amantes da prosa poética da vida, desde já um grande abraço a todos os que seguem este blog com carinho, senso crítico e atenção. Sei que já lá vão alguns meses desde o último texto deixado aqui... Sei que é doloroso o som silencioso da ausência das Palavras! Devo dizer que minha vida está completamente alterada passei de um mero solteiro iletrado para um senhor licenciado e bem casado. Casamento e Licenciatura à parte hoje quero falar sobre o passado risonho e o presente cinzento que em tudo se assemelha ao não regresso de D. Sebastião.
Hoje após um longo dia de trabalho.... Decidi voltar ao bairro que me viu nascer e crescer. Voltei ao bairro onde conheci palavras como, amizade, paixão, desilusão, e desespero. Apesar de alguns dos meus mais queridos familiares actualmente já não caminharem na estrada da vida... e o bairro ter decidido escravizar tantos amigos de infância, não consigo esconder a dor que me provocou este regresso. Voltei ao bairro para visitar a minha querida avó, mas antes de entrar no local que ainda hoje chamo lar. Deparei-me com nevoeiro, nevoeiro amante das ruas vazias que em plenas férias escolares me deixaram à beira de um choque térmico, ou não fossem graus negativos, e muitos os sentidos por lá. Não me entendam mal, não é de real temperatura que falo mas sim de calor humano. Nos anos noventa nas mesmas férias, o silêncio era trocado por gargalhadas, horas a fios de facebook trocadas por cirumbas, escondidas e bolas de futebol no asfalto e na praia, o excesso de preocupação parental era trocado por valentes serenatas, corridas de carrinhos de rolamentos até às tantas na madrugada! É triste, demasiado triste acompanhar inexistência de uma infância saudável. O que se passa connosco? Sociedade, porque não brincam as crianças nas ruas? Que tipo de entretenimento permitimos os nossos filhos ter? Internet? Somente em prol da segurança?
Deus me perdoe a Nostalgia Sangrenta que sinto! Mas eu não consigo encarar de ânimo leve, que se roube a infância assim! Seremos polícias procurando a segurança dos nossos filhos? Ou meros ladrões deturpadores de infância? Nostalgia Sangrenta! Não existe ninguém que te aguenta! A minha única esperança é saber que as "ruas irão ouvir a canção da redenção"! E ai sim... Voltarei a jogar às escondidas sem ter que me esconder da minha própria vida! Um Bem-haja Poeta sem Caneta!

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